sexta-feira, 16 de março de 2012

Festa do Bodo em Monfortinho

Todos os anos, dez dias depois da Páscoa, realizam-se os grandiosos festejos em louvor de Nossa Senhora da Consolação. O programa é muito variado para estes três dias de festa. Vale a pena uma deslocação a esta «Raia Perdida» para, ao vivo, assistir à recriação desta antiga manifestação de cariz popular.
Comida nunca falta para todos os forasteiros que lá se deslocam. É o Bodo.
Acontecimento muito interessante pelo seu carácter de festa comunitária.
Perde-se no tempo a data da primeira vez em que se realizou esta festa, única no país. Monfortinho foi, quando da Guerra da Restauração, incendiada e alvo de destruição quase total. Até ao século XIX foi palco de renhidos combates tendo, em meados do século XVIII, unicamente cinco casas e dezasseis moradores.
Reza a tradição que estas terras, em certa altura (segundo alguns 1876 ou 1877), foram assoladas por uma praga imensa de gafanhotos, tendo a população pedido ajuda à Senhora da Consolação.
Como a praga terminou, o povo deslocava-se, em romaria, à capela que deverá ter sido construída no século XVI, para agradecer a Nossa Senhora da Consolação o ter acabado com tal praga. Alias, prometeram a estas boas gentes de Monfortinho:
- "Todos os anos, ofereceremos, a toda a população da aldeia e a todos os que nos visitem, pão, sopa, vinho e ensopado de cabrito. Dez dias depois da Páscoa."
Durante os festejos, são confeccionados mais de 1.500 kg de carne nas velhas panelas de ferro, tão negras, cheias de fuligem por fora e tão limpinhas por dentro, do uso diário desde a várias gerações.
Durante a procissão, que percorre as ruas da aldeia, a Imagem da Senhora da Consolação vai até junto das panelas de ferro para, numa cerimónia breve mas emotiva, abençoar a comida que depois é oferecida a todos.
Vale bem a pena participar nestes simples, mas únicos, festejos.







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