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O antigo edifício do Sanatório
dos Ferroviários, demorou 8
anos a ser construído (1928-1936), permaneceu fechado durante outros tantos anos,
tendo sido inaugurado a 11 de Novembro de
1944, está implantado na vertente Sul da Serra da Estrela, a uma altitude de
1200 metros, na EN 220, a cerca de seis quilómetros da cidade da Covilhã, em
direcção às Penhas da Saúde. Viria a ser arrendado à Sociedade Portuguesa de Sanatórios, com a
condição de receber todos os doentes necessitados de tratamento de altitude,
tendo cinquenta camas à disposição da Assistência Nacional aos Tuberculosos.
O edifício acolheu, ao
longo de mais de 40 anos, muitos milhares de tuberculosos, provenientes de todo
o país, que procuravam recuperar da Tuberculose nos bons ares da Serra da
Estrela. Apesar de
acolher doentes de todas as classes sociais, os doentes menos favorecidos não
tenham acesso a todas as alas, algumas destinadas apenas às classes altas, que
ali encontravam todo o conforto que o dinheiro podia comprar.
Oito anos após a cedência,
o edifício passou para as mãos do Estado, tomando conta dele o Instituto de
Assistência Nacional de Tuberculose (IANT), passando também a partir de 1953, a
ser internados doentes pobres. O recurso
à quimioterapia antituberculose, levou ao encerramento dos sanatórios afastados
dos centros urbanos e pouco rentáveis. E o Sanatório das Penhas da Saúde não
mereceu diferente sorte, fechando as portas em Junho de 1969 em que, por ordem do Ministério de Saúde e
Assistência, seria dada ordem de encerramento. O seu último director Dr. Carlos
Coelho, licenciado em Medicina e Cirurgia pela Faculdade de Medicina da
Universidade de Coimbra, acabou por ser o último testemunho do encerramento do
Sanatório.
Da
autoria do Arquitecto Cottinelli Telmo (1897-1948), a construção do Sanatório
garantia a exposição solar de todos os quartos, solários e galerias de cura
previstos na planta original. O traçado adoptado - disposição em V aberto ao
quadrante Sul - era corrente em instalações similares existentes na Europa e
correspondia às recomendações técnicas vigentes na época, permitindo proteger a
longa fachada dos ventos laterais. Também a imagem do edifício foi, em grande
medida, determinada pelas condicionantes funcionais: a proporção geral e o
ritmo dos vãos na fachada decorreram das dimensões generosas atribuídas ao
pé-direito (suficientes para garantir um adequado volume de ar nos
compartimentos) e do módulo definido pela largura dos quartos, que determina a
repetição das janelas estreitas e altas que lhes asseguravam a indispensável
insolação. Tinha como objectivo ser uma estância climática para a cura de
doenças das vias respiratórias, nomeadamente, a tuberculose.
Actualmente, o grupo Pestana está a
construir a futura pousada da Serra da Estrela, com o projecto do conhecido arquitecto do
Porto, Souto Moura. Segundo Souto Moura, a fachada original vai ser mantida,
pois «está lá tudo»,e nada vai ser alterado no seu interior, assim como na
altura da construção as soluções aplicadas pelo arquitecto criador foram
acertadas. Exemplos são a disposição de todo o trabalho de caixaria de portas e
janelas, já que o seu criador fê-lo a pensar num «Hotel para doentes».
Presságio ou não, o edifício acabará
mesmo como uma unidade hoteleira, com 35 quartos duplos, 16 suites e cinco
quartos familiares, que poderão ser configurados como dez quartos individuais,
para além de uma suite presidencial.
A preocupação deste arquitecto em criar
uma estrutura com baixos custos de manutenção pois estes custos terão muito
peso no futuro da gestão da Pousada. Para isso foi pedido ao Estado do Turismo
para que a exigência de instalação de ar condicionado, neste tipo de unidade
com classificação de cinco estrelas, possa ser revista, já que um «edifício com
paredes de dois metros de espessura não precisam de ar condicionado nenhum»,
palavras do responsável do projecto.
Apenas duas alterações na estrutura do
edifício serão visíveis do exterior. Uma nas traseiras, prolongando a zona de
cozinha e serviços e outra, logo abaixo do telhado, reabrindo os solários,
quebrando o aspecto pesado do edifício. Será um regresso ao projecto original,
já que o seu arquitecto foi obrigado a adulterá-lo, quando a CP lhe pediu um
alargamento do sanatório. Na altura os solários foram fechados e aproveitados
como quartos.
As novas estruturas da pousada, não vão
interferir com o conjunto original: o parque de estacionamento, com capacidade
para 50 a 60 viaturas será subterrâneo. O parque, com entrada directa para o
interior do edifício, terá uma zona de armazenagem de material de Inverno e um
outro corredor que ligará ao health club. Esta outra unidade será construída
também no subsolo. Este health club subterrâneo é construído num acentuado
desnível ali existente, em que será colocada uma parede envidraçada amovível,
permitindo a partir da sauna ou da piscina, o contacto com o exterior.
Para além do edifício do sanatório em
si, fazem parte do conjunto da estrutura, nas redondezas outros imóveis, como a
casa do médico e as antigas casas dos funcionários. A primeira será recuperada
e ficará disponível como pequena unidade de alojamento de reserva, para épocas
de maior lotação ou ocasiões especiais e as restantes servirão para os
funcionários.
O exterior do edifício, à entrada da
pousada, terá um pequeno lago artificial e será densamente arborizado.
A abertura está prevista para o final de
2012.
Fonte: http://www.paulocoelho.net/blog/SanatorioFerroviariosdaCovilha/_archives/2007/10/15/3293057.html
Uma bela construção para dinamizar a cidade
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