quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Capela de Santa Cruz (ou do Calvário)


Localiza-se no Alto de Santa Cruz, junto à calçada com o mesmo nome. É circundada pela estrada N339 que liga a cidade da Covilhã à Serra da Estrela. 

Apesar de à sua fundação surgirem nomes como o Infante D. Henrique ou o infante D. Luís, desconhece-se quando terá sido construída. A um (Infante D. Henrique, filho de D. João I) atribui-se a primitiva construção, tendo a mesma ocorrido em meados do século XV. Ao outro (Infante D. Luís, filho do rei D. Manuel, Senhor da Covilhã e pai de D. António, Prior do Crato) a sua (re)construção.

Em 1570 foi aqui instituída a Confraria de Nossa Senhora de Vera Cruz, onde só eram admitidos os rapazes solteiros.

Foi o Infante D. Luís que a dotou com uma bela relíquia do Santo Lenho, encerrada numa custódia de prata dourada. Trata-se de um objecto de inegável valor, tanto monetário como artístico. Actualmente esta relíquia encontra-se à guarda do pároco de Santa Maria.

O tecto desta igreja é revestido por trinta e cinco caixotões que emolduram telas, de diferentes épocas e estilos, representando várias cenas da vida de Cristo e passagens bíblicas.

O retábulo é em talha dourada, do século XVII. Nele se encontra uma preciosa imagem de Cristo Crucificado. Atribui-se a Manuel de Morais da Silva Ramos, ou simplesmente Morais do Convento – por ter comprado, e nele vivido durante algum tempo, o Convento de Santo António -, a (re)pintura de algumas das telas do tecto, durante o século XIX.

No início do século XX, mais precisamente em 1903, foi a Capela, mais os terrenos (os quais foram utilizados para neles ser construído o Hospital) que pertenciam à Confraria, doados à Santa Casa da Misericórdia.

É realizado um novo restauro à Capela durante a década de 40 do século XX. Algumas telas que se encontram no tecto são desta altura, desconhecendo-se quem terá sido o seu autor.

Convém ainda referir a última grande intervenção de restauro que a Capela sofreu até ao presente. A 22 de Outubro de 1996 é assinado para este efeito um protocolo entre a Câmara Municipal da Covilhã, a Santa Casa da Misericórdia e o então designado Instituto Português do Património Arquitectónico e Religioso (IPPAR). O certo é que ao serem concluídos mais tarde os trabalhos do monumento religioso foi o seu interior que sofreu. As infiltrações acabariam por afectar o restauro dos elementos decorativos, alguns até de forma irremediável.


Contactos:
Santa Casa da Misericórdia da Covilhã
Alto de Santa Cruz
Apartado 507
6200-082 Covilhã
Tlf: 275 310 232

1 comentário: